quarta-feira, 6 de junho de 2012

UE e Alemanha pesquisam resgate para Espanha; não houve pedido


MADRI/BERLIM, 6 Jun (Reuters) - Autoridades da Alemanha e da União Europeia (UE) estão pesquisando com urgência formas de resgatar os bancos da Espanha prejudicados por dívidas, apesar de Madri ainda não ter solicitado assistência e estar resistindo a condições políticas, afirmaram nesta quarta-feira várias fontes da UE.

A Espanha, a quarta maior economia da zona do euro, informou na terça-feira que estava efetivamente perdendo acesso aos mercados de crédito devido aos custos de empréstimo proibitivos, e apelou aos parceiros europeus para ajudar a reanimar seus bancos.
Mas o ministro da Economia, Luis de Guindos, disse após encontro na Comissão Europeia nesta quarta-feira que não havia planos imediatos de solicitação de resgate.
A Espanha deve esperar os resultados de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de uma auditoria independente do sistema bancário, ambos previstos para este mês, antes de tomar decisões sobre como recapitalizar os bancos, afirmou ele.
Fontes familiares com as discussões em Berlim e Bruxelas disseram que um planejamento intensivo de contingência já estava em curso para uma ajuda da UE. Advogados estão examinando tratados europeus para ver como Madri pode conseguir dinheiro dos fundos de resgate da zona do euro sem o estigma de um programa de ajuste econômico total.
Fontes em Berlim disseram que o ministro das Finanças da Alemanha acredita que o fundo de resgate permanente da zona do euro, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês), de 500 bilhões de euros, que entra em operação no mês que vem, poderia emprestar diretamente ao fundo de resgate bancário da Espanha (FROB). Advogados da UE não estão convencidos de que isso seja legal.
Uma série de reformas no sistema financeiro da Espanha falhou em persuadir os investidores de que as grandes perdas da quebra do mercado imobiliário em 2008 foram completamente resolvidas, e dúvidas sobre o custo de um resgate final aprofundaram a crise da dívida da zona do euro.
Autoridades de Finanças do grupo das sete principais economias globais, temendo um possível corrida aos bancos espanhóis, fizeram uma reunião de emergência, porém inconclusiva, sobre a situação europeia na terça-feira. 
"A expectativa do mercado sobre mais ações políticas globais está aumentando", disse o diretor executivo do Morgan Stanley, Ian Stannard.
A Espanha é o mais novo membro da zona do euro a ficar sob pressão para aceitar ajuda internacional após os resgates da Grécia, Irlanda e Portugal nos dois anos da crise da dívida.
(Reportagem adicional de Noah Barkin e Andreas Rinke em Berlim, Stella Dawson e Matt Spetalnik em Washington e Fiona Ortiz em Madri)

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